Águas provenientes de rios, lagos, poços superficiais e poços profundos podem apresentar diferentes concentrações de flúor. A Secretaria de Saúde de Birigui e do Estado de Saúde de São Paulo (SES-SP) solicitaram junto ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e Social da FOA-Unesp um parecer a respeito dos teores de flúor presentes nas águas de abastecimento público do município. O objetivo do estudo foi analisar os teores de flúor nas águas de abastecimento público do município de Birigui/SP, o qual possui um sistema de abastecimento composto por diferentes fontes de captação de água, incluindo poços profundos. As amostras foram mensalmente coletadas em 42 pontos de coletas no período de agosto de 2011 a janeiro de 2012 e analisadas utilizando-se o método potenciométrico. Do total de 248 amostras de água, 72% foram classificados no intervalo que oferece máximo benefício na prevenção da cárie dentária. As amostras de água que apresentaram as maiores concentrações médias de flúor foram as provenientes de poços profundos (1,1 mgF/L) e de fontes com misturas de diferentes fontes de captação (0,98 mgF/L). Verificaram-se pequenas oscilações nos teores de flúor, exceto nas amostras provenientes de poços semiartesianos e de fontes alternativas, nas quais a variabilidade entre os valores observados foi superior a 30%. Estes achados evidenciam a importância da realização de estudos longitudinais de heterocontrole que visem auxiliar a operacionalização e a manutenção adequada do processo de fluoretação das águas.