Cárie precoce da infância: epidemiologia e prevenção
Borges, H.C.; Garbin, C.A.S.; Saliba, N.A.; Moimaz, S.A.S.
Rev. odontol. UNESP, vol.41, nEspecial, p.0, 2012
Resumo
Atualmente os determinantes sociais têm sido destaque nas pesquisas sobre o processo saúde/doença. É fundamental conhecer as condições bucais e estimativas de cuidados de saúde nos diferentes grupos populacionais. Poucos são os estudos sobre saúde bucal de bebês. Objetivou‑se analisar a influência de variáveis sócio-comportamentais na prevalência e severidade da cárie precoce da infância, em bebês de 0 a 3 anos de idade. Foi realizado um estudo transversal, analítico com 766 bebês. A amostra aleatória foi extraída das 58 Escolas Públicas, município do Estado de São Paulo, no ano de 2010. Cinco equipes, previamente calibradas (Kappa = 0,842), realizaram os exames bucais, utilizando o índice ceod (Metodologia da Organização Mundial da Saúde) e critérios de detecção de lesões não cavitadas. Um questionário testado, auto-aplicável, foi utilizado para obter informações sócio-comportamentais. A prevalência de cárie encontrada foi de 17,36% (133). Cárie Rampante foi observada em 11,06% (85) dos bebês. O ceod médio encontrado foi de 0,53. O componente cariado foi o maior responsável pelo valor do índice ceod, com um percentual de 89,73%. A experiência de cárie foi significantemente mais prevalente em bebês de famílias de baixa renda (p < 0,05). Conclui-se que a prevalência de cárie, esteve fortemente associada a fatores relacionados aos pais, significando que informações sobre status sócio-econômico, comportamento e atitudes dos mesmos, devem ser considerados no planejamento de programas de prevenção e educação em saúde bucal.