O diagnóstico diferencial entre uma mordida cruzada anterior esquelética (MCAE) e dentária (MCAD) está baseado na inclinação dos dentes envolvidos, na relação das bases ósseas e na alteração do perfil do paciente. Os detalhes para o diagnóstico e o tratamento destes dois tipos de más oclusões serão demonstrados por meio de dois casos clínicos: paciente com 7 anos de idade, gênero masculino, compareceu na disciplina de Ortodontia; clinicamente apresentava perfil reto e boa relação das bases apicais; na avaliação dentária observou-se um trespasse horizontal negativo dos dentes 11 e 21, relação de topo nos dentes 12 e 22 e relação molar e canina de classe I; o tratamento consistiu no uso de um aparelho removível com mola digital. No segundo caso clínico, o paciente com 8 anos de idade, gênero masculino, compareceu na disciplina de Ortodontia; na avaliação clínica apresentou um perfil côncavo e, ao exame intra-bucal, observou-se a mordida cruzada anterior com os incisivos superiores verticalizados e com diastemas, além de uma relação molar e canino de Classe III; o tratamento foi realizado com o auxílio da máscara facial com o objetivo de protrair a maxila e corrigir a MCAE. O tratamento para a MCAD diferencia-se do tratamento para a MCAE porque aquele movimenta somente os dentes envolvidos na mordida cruzada anterior. No entanto, para a correção da MCAE há necessidade de movimentação das bases ósseas, como a protração maxilar, para o melhor relacionamento entre as mesmas. Pode-se concluir que é importante o conhecimento dos diferentes tipos de mordida cruzada anterior para um adequado diagnóstico, planejamento e tratamento.