A Organização Mundial de Saúde considera a dependência química como uma doença multifatorial que aflige cada vez mais a população jovem. Essa doença causa vários efeitos colaterais que modificam o metabolismo do indivíduo, predispondo-o a outras enfermidades. O objetivo deste estudo foi avaliar as condições de sistêmicas e psicológicas de pacientes dependentes, que iniciaram o tratamento de desintoxicação. Foram avaliados 159 pacientes do gênero feminino, 120 pacientes do gênero masculino, com dependência química, de dois centros de reabilitação e desintoxicação, bem como 1109 indivíduos não dependentes, de ambos os gêneros, grupo controle. Utilizaram-se questionários para determinar os padrões de consumo de agentes químicos, condições de saúde e psicológicas dos pacientes. Os resultados mostraram que a maioria apresentava hipertensão (76%), dores nas costas (52%), infecções frequentes (50%) e cefaléias frequente (42%), além de quadros de angústia (58%), nervosismos (54%), prostração (30%), apreensão (26%) e irritabilidade (24%). Os dados foram submetidos à estatística de Cochran e Mantel-Haenszel e teste de Qui-quadrado. Conclui-se que as condições sistêmicas de pacientes dependentes se mostram significativamente afetadas pelo uso desses agentes químicos, atingindo, particularmente, o sistema neuroendócrino, cardiovascular e imunológico, além de alterações comportamentais e psicológicas. Observou-se, ainda que as drogas lícitas produzem os mesmos efeitos danosos que as drogas ilícitas, embora o tempo de uso das mesmas seja maior.