Condições bucais de dependentes químicos submetidos a programas de desintoxicação em dois municípios do oeste paulista
Puttini, I.O.; Rodrigues, L.F.; Ciesielski, F.I.N.; Okamoto, A.C.; Coclete, G.A.; Schweitzer, C.M.; Gaetti-Jardim-Júnior, E.
Rev. odontol. UNESP, vol.41, nEspecial, p.0, 2012
Resumo
Nos últimos anos vários autores têm pesquisado sobre o efeito de drogas como êxtase, crack, cocaína e álcool, dentre outras, sobre a saúde bucal, pois o número de dependentes químicos tem aumentado a cada dia. Assim, este estudo objetivou avaliar as condições bucais de dependentes químicos atendidos em programas de desintoxicação. Foram realizados exames clínicos das condições dentárias e avaliação de necessidade de atendimento odontológico em 279 dependentes e 1109 não dependentes. As condições dentais de ambos os grupos foram registradas segundo o índice CPOD, e as condições periodontais segundo os critérios de Armitage. Os resultados foram submetidos à análise estatística (análise de risco), e mostraram que o consumo de drogas lícitas ou ilícitas se faz em associações, de forma que não foi possível determinar com segurança o efeito de cada droga sobre as condições bucais dos pacientes. Constatou-se que a dependência química estava associada à ocorrência de xerostomia, cárie superfície lisa e cervicais, inflamação gengival, retardo do processo de reparo, além de estomatites, polidipsia, dor de dente, infecções endodônticas e periapicais e outros quadros infecciosos, evidenciando a necessidade de tratamento restaurador e cirúrgico entre os pacientes dependentes, em comparação com os não dependentes. Concluiu-se que consumo de drogas se faz em associações e se mostrou associada á ocorrência de enfermidades de natureza infecciosa e inflamatória, que impactaram profundamente nas necessidades de tratamento odontológico da população.