Non-fluorotic enamel defects in permanent teeth and its relation to perinatal and nutricional factors
Defeitos de esmalte não fluoróticos em dentes permanentes e sua relação com fatores perinatais e nutricionais
Hilgemberg, Valquíria Mehret; Ditterich, Rafael Gomes; Baldani, Márcia Helena
Rev. odontol. UNESP, vol.41, n2, p.125-132, 2012
Abstract
Objective: To assess the relationship between perinatal conditions and childhood’s nutritional characteristics with the prevalence of non-fluorotic developmental defects of the enamel (DDE) in permanent teeth. Material and method: The sample consisted of 325 children from seven to 10 years of age, enrolled in public schools in Ponta Grossa - PR, whose teeth were examined by calibrated researchers. The modified DDE Index was used, according to the methodology recommended by the World Health Organization. For identification of nutritional risk, the children were submitted to anthropometric assessment, which was performed considering the parameter weight/age. Their mothers answered to a questionnaire on pregnancy and birth conditions and children’s diet habits in the beginning of life. Data were tabulated in absolute and relative frequencies, means and standard deviation, and the associations were verified by chi-square test, as well as Poisson regression analysis, unadjusted and adjusted. Result: It was identified a prevalence of 35.5% of children with non-fluorotic enamel defects in permanent teeth. In this group, there were higher proportions of children who were breastfed for a period smaller than 12 months. Multivariate analysis, indicated that the premature children and those at nutritional risk had the highest prevalence ratios of DDE in permanent first molars. Conclusion: The results seem to confirm the relationship between unfavorable conditions in the perinatal period and inappropriate dietary patterns in the first years of life, and the presence of DDE in permanent teeth.
Keywords
Child health, dental enamel, tooth abnormalities, risk factors.
Resumo
Objetivo: Verificar a relação entre condições perinatais e características nutricionais na infância com a prevalência de Defeitos de Desenvolvimento de Esmalte (DDE) não fluoróticos em dentes permanentes. Material e método: A amostra constou de 325 crianças entre sete e 10 dez anos de idade, matriculadas em escolas públicas de Ponta Grossa-PR, cujos dentes foram examinados por pesquisadores calibrados. Utilizou-se o Índice DDE modificado, segundo metodologia da Organização Mundial da Saúde. As crianças foram submetidas à avaliação antropométrica para identificação do risco nutricional, definido segundo o parâmetro peso/idade. As mães responderam a um questionário sobre condições de gestação, parto e hábitos alimentares da criança no início da vida. Os dados obtidos foram tabulados em frequências absolutas e relativas, médias e desvio padrão, sendo as associações verificadas mediante teste qui-quadrado, bem como análise de regressão de Poisson bruta e ajustada. Resultado: Identificou‑se prevalência de 35,5% de crianças com defeitos de desenvolvimento de esmalte não fluoróticos em dentes permanentes. Nesse grupo, houve maior proporção de crianças que foram amamentadas ao peito por um período menor do que 12 meses. A análise multivariada, indicou que as crianças prematuras e aquelas com risco nutricional tiveram as maiores razões de prevalência de DDE em primeiros molares permanentes. Conclusão: Os resultados obtidos parecem confirmar a relação entre condições desfavoráveis no período perinatal e o padrão alimentar inadequado nos primeiros anos de vida, e a presença de DDE em dentes permanentes.
Palavras-chave
Saúde da criança, esmalte dentário, anomalias dentárias, fatores de risco.
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