O sintoma conversivo histérico se justifica por via simbólica, narra uma história do sujeito. No paciente psicossomático o sintoma justifica-se por via biológica, sem comunicação com a história do sujeito, tendo função de descarga devido a uma carência de elaboração psíquica. Nosso objetivo é relatar casos de pacientes atendidos em um Serviço de Medicina Bucal e diferenciar as formas do adoecer. Caso 1: homem, 70 anos, com líquen plano bucal e cutâneo, foi encaminhado ao Psicólogo por apresentar manifestações somáticas. Demonstrava dificuldade em expor sentimentos. Seus sintomas tinham correlação temporal com episódios de perda que o mesmo não elaborou psiquicamente. Caso 2: mulher, 60 anos queixava-se de areia na saliva, sem causas orgânicas. Temia uma doença grave e havia passado por vários profissionais, sem sucesso. Em atendimento psicológico observou-se que o sintoma associava-se ao seu sofrimento psíquico. Esta se sentia suja e culpada por algo que havia feito, e que não “engolia”. Concluímos que é preciso manejar diferentemente cada tipo de paciente. Exames e encaminhamentos diversos na tentativa de afastar uma doença orgânica pode reforçar o comportamento somatizador do paciente histérico. No entanto, no paciente psicossomático o clínico pode não perceber que suas manifestações somáticas refletem dificuldades emocionais.