A estimativa da altura é um parâmetro importante na identificação de ossadas. Grande parte dos estudos avalia a altura através das medidas dos ossos longos. Não obstante, há situações onde são encontrados corpos esquartejados em que apenas o crânio ou os arcos dentários estão presentes. Este trabalho realizou um levantamento e análise de estudos referentes à estimativa da altura através das dimensões dentárias, com ênfase no método de Carrea. O autor argentino, em 1920, possibilitou o cálculo da altura mais provável do indivíduo através da elaboração de fórmulas para alturas máxima e mínima a partir de mensurações dos incisivos central e lateral e caninos inferiores. O método foi utilizado no caso “Josef Mengele” para complementar estimativas e, a partir disto, testou-se o mesmo na população brasileira. Utilizando-se a metodologia proposta por Carrea (mensurando com o emprego de paquímetro e fita milimetrada), foram obtidos 70% de coincidência com a estatura real e a estimada. 96% de acerto foram encontrados por meio do emprego de instrumentos mais precisos (compasso de ponta seca e régua). O procedimento de estimar altura pelas dimensões dos dentes deve continuar a ser estudado devido à existência de correlação entre as duas variáveis. Não se pode olvidar que, em Antropologia Forense, qualquer achado pode ser de grande valia.