A convivência com animais de estimação traz inúmeros benefícios psicológicos, fisiológicos e sociais aos seres humanos, no entanto, a criação inadequada dada a muitos animais aumenta o risco de agressão às pessoas, além de possibilitar a transmissão de doenças. As mordeduras por animais constituem uma parcela significativa dos atendimentos de emergência em ambientes hospitalares e são objeto de grande preocupação devido à possibilidade de transmissão de zoonoses, como a raiva, do desenvolvimento de infecções secundárias, de seqüelas físicas e psicológicas. Deve-se avaliar em todos os casos de mordeduras a gravidade e a localização; a origem da mordedura; os primeiros socorros realizados; as lesões associadas; a evidência de infecção; a doença preexistente na vítima; o estado de imunização para tétano e tempo de ferimento. O tratamento inclui a profilaxia antitetânica, profilaxia anti-rábica, profilaxia antibiótica, irrigação sob pressão da ferida com SF 0,9%, debridamento e sutura para fechamento primário da lesão. Os autores apresentam um caso clínico de mordedura de cão atendido no Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos ressaltando a importância do protocolo a fim de se evitar uma infecção e maximizar um prognóstico funcional e estético satisfatório para o paciente.