O carcinoma de células escamosas representa de 90 a 95% dos casos de câncer de cabeça e pescoço, sendo considerado o sétimo mais comum na população brasileira. O tratamento, de maneira geral, combina cirurgia e radioterapia (RT). Os efeitos colaterais da RT têm impacto determinante na qualidade de vida (QV) dos pacientes e incluem mucosite, disgeusia, disfagia, candidose, xerostomia, infecções de origem pulpar e periodontal, trismo, cárie de radiação e osteorradionecrose (ORN), sendo esta última considerada como a mais grave com prevalência de 10-15%. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura sobre as complicações na terapia endodôntica neste tipo de pacientes e realizar o plano de tratamento em um caso de paciente irradiado. O tratamento endodôntico possibilita o controle da sintomatologia dolorosa e posterior reabilitação oral, além de prevenir a ORN por evitar exodontias. Alguns aspectos são relatados, como: a prevenção pela lesão de periápice durante o tratamento, uso de localizador eletrônico foraminal, cuidado na utilização de grampos de isolamento para evitar lesões em gengiva e osso cortical, técnicas de instrumentação e obturação e posterior amputação de coroa com reabilitação protética (overdenture) sobre o dente sepultado.