Cavidade óssea Idiopática (COI) é definida como espaço ósseo vazio, preenchido por líquido serosanguinolento. Sua etiopatogenia não é totalmente esclarecida, havendo controvérsias. Este trabalho objetiva relatar paciente com COI e revisar etiologia, diagnóstico e tratamento. Tratou-se de paciente masculino, 17 anos, melanoderma, encaminhado a Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial com história de imagem radiolúcida na mandíbula, detectada em exame radiográfico pré-ortodontia. Negava história de trauma; e, na ectoscopia apresentava simetria facial. Na oroscopia observou-se mucosa com coloração e textura normais e dentes em bom estado de conservação. Ao exame radiográfico, verificou-se imagem radiolúcida multilobular, em região de corpo de mandíbula, estendendo-se do 36 ao 43, margem definida com aspecto festonado, respeitando inserção periodontal. Com diagnóstico presuntivo, realizou-se exploração cirúrgica sob anestesia local, pois familiar alegava hipótese de tumor odontogênico (ameloblastoma). Fez-se punção aspirativa, obtendo-se fluido sanguinolento, e na sequencia, com o acesso via cavidade, observaram-se paredes ósseas lisas, ausência de tecido conjuntivo e aspecto multilobular com intercomunicações. Exame anatomopatológico mostrou tecido ósseo normal. Após 1 ano detectou-se reparo ósseo total da cavidade.