A osteorradionecrose por vezes classificada como uma osteomielite do osso irradiado é uma das mais severas complicações da radioterapia de cabeça e pescoço. Dentre os efeitos deletérios destacam-se também, a xerostomia, cáries, mucosite, disfagia, perda ou alteração do paladar, infecções oportunistas, periodontite e trismo, dentre outros. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi enfatizar os principais fatores predisponentes a ORN, suas características clínicas e terapêuticas por meio de um caso clínico de paciente do gênero masculino, xantoderma, portador de carcinoma epidermóide de assoalho de boca tratado cirurgicamente e com radioterapia. Após tratamento, paciente supostamente encontrava-se em um quadro clínico de osteorradionecrose que se estendeu por mais de 2 anos. Após reavaliação do caso por outro profissional constatou-se que o paciente era portador de osteomielite em decorrência da inadequada osteossíntese pós-tratamento cirúrgico e necrosou o feixe vásculo-nervoso do dente 35. Após remoção do material de síntese e tratamento endodôntico do dente envolvido houve remissão da sintomatologia. Fica claro notar que ao cirurgião-dentista como membro de uma equipe oncológica, cabe preparar o paciente para a radioterapia e o acompanhamento do mesmo.