Esse estudo avaliou a ocorrência de bactérias entéricas na microbiota bucal de pacientes irradiados para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Quarenta pacientes sendo submetidos à radioterapia através de uma acelerador linear (5040-7020 cGy) foram submetidos à exames clínicos e as condições de saúde dos tecidos moles e dos periodonto foram avaliadas. Os pacientes foram orientados a utilizar suspensão oral de nistatina diariamente. Avaliações clínicas e microbiológicas foram realizadas imediatamente após o final da RT e 30 dias após o final da radioterapia. Amostras de saliva, mucosa bucal, biofilme supragengival e subgengival foram coletadas, diluídas e transferidas para água peptonada, caldo EVA, ágar BEM, ágar SS, ágar bile esculina e ágar verde brilhante. O isolamento de leveduras foi realizado a 37 ºC, por 24-48 horas. Bactérias entéricas foram identificadas como Citrobacter freundii, Enterobacter cloacae, E. intermedius, E. sakazakii, Enterococcus faecalis, Klebsiella oxytoca, Proteus mirabilis e Proviencia alcalifaciens, que foram isoladas de 68,75% dos pacientes edêntulos, de 53,85% dos indivíduos com a gengivite e de 45,45% dos pacientes com periodontite 30 dias após o final da radioterapia. Concluiu-se que bactérias patogênicas extraorais foram prevalentes em pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia. FAPESP 07/54851-0