A erupção dos dentes decíduos ocorre entre o sexto e o décimo segundo mês de vida após o nascimento. Conceitualmente dentes natais são os que já estão erupcionados quando do nascimento, enquanto que neonatais são os que surgem até o trigésimo dia de vida. A incidência desta anomalia é baixíssima e estudos longitudinais relatam que sua freqüência é de 1:3000 nascimentos afetando, predominantemente, o gênero feminino, na proporção de 3:1, sendo que 95% dos casos desses dentes são da série normal e apenas 5% supranumerários. A ordem de ocorrência, por elemento dental, é 85% envolvendo incisivos inferiores, 11% incisivos superiores, 3% caninos e molares inferiores e apenas 1% caninos e molares superiores. Casuística: duas crianças, recém-nascidas, gênero feminino, raça branca foram, por solicitação das mães, examinadas pelos autores quando foi observada a presença de dois incisivos inferiores em uma das recém-nascidas e apenas um incisivo inferior na outra, sendo que a mãe desta relatou a existência de dois incisivos inferiores à data do nascimento, um dos quais foi removido pela obstetra, por apresentar grande mobilidade. A relevância clínica dos casos apresentados prende-se a necessidade de correto diagnóstico que orientará os procedimentos a serem efetuados. A definição da conduta está diretamente relacionada em saber se os dentes natais pertencem à dentição normal ou à supranumerária. Extrações são indicadas no caso de dentes supranumerários ou quando apresentam mobilidade, existindo o risco de aspiração. É fundamental ainda que os pais procurem um Odontopediatra que é o profissional indicado para definir a melhor conduta a ser seguida.