O câncer de cabeça e pescoço é um problema de saúde pública e estudos epidemiológicos são importantes para caracterizar peculiariedades de cada região do Brasil. O objetivo deste trabalho consiste em determinar o perfil de pacientes com lesões malignas de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia, enfatizando os fatores sócio-econômicos, sociais e comportamentais. A amostra constituiu de 40 pacientes com câncer de cabeça e pescoço, submetidos à radioterapia com campos de irradiação cérvico facial, com envolvimento das glândulas salivares. Dados demográficos (idade, gênero, escolaridade, profissão) e características do tumor e tratamento foram registrados. Todos os pacientes apresentavam diagnóstico histopatológico de carcinoma espinocelular, sendo mais comum no gênero masculino (82,5%) com idade superior a 50 anos de idade (82,5%) e com baixo grau de escolaridade ou analfabetos (87,5%). Nos antecedentes familiares foi questionado história de câncer na família sendo encontrado em 52,5% dos pacientes. O hábito de fumar e o etilismo foram observados em 87,5% e 55,0% dos pacientes, respectivamente. Considerando-se que, estatisticamente, observou-se correlação entre gênero, hábitos nocivos e a ocorrência de carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, ênfase deve ser dada às campanhas de prevenção como forma de minimizar os impactos que essa patologia apresenta na população, particularmente nas camadas mais carentes e de baixa instrução da sociedade, onde o diagnóstico nem sempre é precoce e as seqüelas mais freqüentes. FAPESP 07/54851-0.