Nas últimas décadas, tem se observado uma mudança substancial no hábito dietético das crianças, com um aumento crescente no consumo de produtos comercialmente disponíveis no mercado brasileiro, como os leites fermentados. Diante dessa realidade, o objetivo do presente trabalho foi avaliar algumas propriedades dos leites fermentados que podem interferir com a dissolução do esmalte dentário através da análise do: pH, capacidade tampão, conteúdo de flúor e de cálcio. Foram analisados 3 lotes diferentes de 6 marcas de leite fermentado desnatado adoçado (Parmalat®-uva, Chamyto®, Paulista®, Batavito®, Yakult®, Vigor Club®). A medição do pH foi realizada com eletrodo de pH 2A09E – Analyser, acoplado ao potenciômetro Orion 290A. Para determinar a capacidade tampão foram coletados 5 mL de cada produto e determinado seu pH inicial. A partir daí, alíquotas de 25 μL de NaOH 1 mol.L-1 foram acrescentadas até que a amostra atingisse pH 7,0. A concentração de flúor foi analisada pelo eletrodo íon específico após microdifusão facilitada por HMDS (Método de TAVES modificado por Whitford, 1996) e a concentração de cálcio através do teste colorimétrico (espectofotômetro – HITACHI U-2000) pelo método da cresolftaleína (Kit Bioclin®). O pH das amostras variou entre 3,51 e 3,87 a capacidade tampão variou de 470,8 a 804,2 μL da NaOH 1 mol.L-1 a concentração do íon flúor variou de 0,027 a 0,958 μg F.g-1 e a concentração de cálcio apresentou uma variação de 0,4788 a 0,8175 mg Ca.g-1. Considerando-se os resultados deste estudo, pode-se concluir que o pH dos produtos analisados foi baixo, além disso, a capacidade tampão foi elevada, características que podem promover desmineralização do esmalte dental. Por outro lado, constatou-se a presença de íons flúor e cálcio que podem diminuir a dissolução da estrutura dentária provocada por substâncias ácidas.