A osteoradionecrose é uma complicação debilitante da radioterapia utilizada no tratamento de neoplasias. Trata-se de uma necrose isquêmica onde o tecido ósseo perde a dinâmica de regeneração/remodelação e a mucosa de revestimento adjacente necrosa facilitando a infecção dos tecidos afetados. A mandíbula é mais afetada que a maxila. Dor, seqüestro ósseo e fístulas podem estar presentes. Nosso objetivo é apresentar um caso clínico de osteoradionecrose de mandíbula. Foram realizados exames clínico, radiográficos e histopatológico de um paciente negro, 73 anos, irradiado com 6.840 cGy em 2004 para tratamento de um Carcinoma Espinocelular (CEC) de boca. Em 2006 foi removido pequeno seqüestro ósseo mandibular com evidência de necrose. Irrigação constante e fisioterapia foram recomendados. O exame radiográfico de 2007 mostrou grande seqüestro no corpo da mandíbula e extensa destruição óssea do lado vestibular/lingual muito próximo da base da mandíbula. Houve eliminação espontânea do seqüestro. Radiografia panorâmica de 2008 revelou ausência do seqüestro e defeito ósseo remanescente no corpo da mandíbula. Ao exame clínico pôde-se notar pequena fístula no rebordo alveolar sem drenagem ativa. O paciente encontra-se em acompanhamento ambulatorial e atualmente está sem sintomas ou sinais de infecção. Conclui-se que extensas áreas não cicatrizadas acompanhadas de destruição óssea pós-radioterapia devem ser amplamente avaliadas pelas evidências clínicas e radiográficas. Técnicas radiográficas perpendiculares entre si são muito importantes na avaliação da extensão das áreas atingidas.