As deformidades dento-faciais são condições clínicas comuns e podem, em muitos casos, produzir consideráveis repercussões funcionais e estéticas no paciente. Dentre as más-oclusões, Classe II de Angle é a segunda mais prevalente podendo vir acompanhada de face longa e retrognatismo mandibular. Para estes casos, o tratamento ortodôntico de camuflagem ou a cirurgia ortognática são as opções disponíveis, no entanto, a escolha do tratamento deve-se basear não somente na busca pela oclusão ideal, mas também no estabelecimento de uma harmonia facial adequada e no pleno funcionamento do aparelho estomatognático. Neste trabalho, é apresentado o caso clínico de uma paciente Classe II com deficiência horizontal de mandíbula e excesso vertical de face, tratada inicialmente pela camuflagem ortodôntica e posteriormente pela terapia ortodôntico-cirúrgica. São enfatizados e discutidos os prós e contras da aplicação de cada técnica, abordando as questões respiratórias, fonológicas e estéticas implicadas no resultado final do processo de tratamento. Os autores concluem que não apenas a busca da oclusão ideal deve ser valorizada como também, todos os aspectos fisiológicos, psicológicos e a harmonia facial do paciente.