As variações hormonais, nas gestantes, podem acentuar o quadro clínico da inflamação gengival, alterar a resposta tecidual ao biofilme ou influenciar a composição do mesmo. Tais variações podem estimular a síntese de citocinas inflamatórias, como as prostaglandinas, que podem dar origem, agravar ou dificultar o controle das periodontopatias e de algumas doenças sistêmicas, como as cardiopatias e o diabetes mellitus, que pode complicar o período gestacional. Desta forma, o objetivo deste estudo foi verificar a presença de alterações de pressão arterial e o nível glicêmico de 30 gestantes, durante o período gestacional do 5º ao 7º mês, com e sem doença periodontal atendidas nas unidades básicas de saúde. Foi realizada a aferição da pressão arterial, posteriormente o exame bucal para a avaliação da condição periodontal, utilizando-se o Índice Periodontal Comunitário, e por fim, o exame de glicemia. Verificou-se que a maioria das gestantes (70%) apresentou condição periodontal saudável, sendo que 4,75% apresentaram alteração da pressão arterial e 38% alteração do nível glicêmico. As demais gestantes (30%) apresentaram gengivite leve ou moderada, dentre estas 11,1% apresentaram alteração de pressão arterial e 66,6% alteração do nível glicêmico. Os resultados foram submetidos ao Teste Exato de Fisher. Pode-se concluir que não houve diferença estatística entre as gestantes com saúde periodontal e as com gengivite, no que se refere à pressão arterial e glicemia. Entretanto há uma tendência das gestantes com glicemia alterada desenvolverem gengivite.