Revista de Odontologia da UNESP
https://revodontolunesp.com.br/article/5880180a7f8c9d0a098b4a3d
Revista de Odontologia da UNESP
Original Article

A ocorrência de perda auditiva em indivíduos bruxistas

The occurrence of hearing losses in bruxers individuals

Albuquerque, D.B.L.; Trindade, M.

Downloads: 7
Views: 2690

Resumo

O bruxismo é a desordem que mais contribui para: desgaste dentário, doenças periodontais e disfunções temporomandibulares. A sua verificação como agente precursor ou coadjuvante de sinais e sintomas nas articulações temporomandibulares tem sido reconhecida de forma progressiva na literatura. Muitos indivíduos portadores de bruxismo apresentam queixas auditivas. Assim, o estudo objetivou verificar a ocorrência de perdas auditivas em indivíduos bruxistas. A amostra foi composta por 40 indivíduos, divididos igualmente entre o Grupo A (GA – grupo experimental) e o Grupo B (GB – grupo controle). O GA continha 12 indivíduos do gênero feminino e 8 do gênero masculino e laudo de bruxismo. O GB foi composto por 14 indivíduos do gênero feminino e 6 do gênero masculino sem laudo de bruxismo. Todos os participantes vieram encaminhados pela Clínica Integrada de Odontologia da UFPE. Nos resultados foi observado que houve diferença estatística significativa em relação à presença de queixas auditivas. Além disso, o zumbido foi o sintoma otológico mais presente, relatado por 40% dos participantes de ambos os grupos. Nos resultados audiométricos, 70% do GA e 30% do GB apresentaram alterações auditivas, o que sugere ser comum esse sintoma na população pesquisada. Por fim, 50% do GA e 15% do GB apresentaram alterações timpanométricas. Assim, foi concluído que queixas e alterações auditivas são comuns em bruxistas, o que sugere tratamento multidisciplinar pelos profissionais da área de saúde, mais especificamente Odontologia e Fonoaudiologia, para que se possam prevenir futuras alterações auditivas mais graves.

Palavras-chave

Audição, bruxismo, fonoaudiologia, odontologia

Abstract

O bruxismo é a desordem que mais contribui para: desgaste dentário, doenças periodontais e disfunções temporomandibulares. A sua verificação como agente precursor ou coadjuvante de sinais e sintomas nas articulações temporomandibulares tem sido reconhecida de forma progressiva na literatura. Muitos indivíduos portadores de bruxismo apresentam queixas auditivas. Assim, o estudo objetivou verificar a ocorrência de perdas auditivas em indivíduos bruxistas. A amostra foi composta por 40 indivíduos, divididos igualmente entre o Grupo A (GA – grupo experimental) e o Grupo B (GB – grupo controle). O GA continha 12 indivíduos do gênero feminino e 8 do gênero masculino e laudo de bruxismo. O GB foi composto por 14 indivíduos do gênero feminino e 6 do gênero masculino sem laudo de bruxismo. Todos os participantes vieram encaminhados pela Clínica Integrada de Odontologia da UFPE. Nos resultados foi observado que houve diferença estatística significativa em relação à presença de queixas auditivas. Além disso, o zumbido foi o sintoma otológico mais presente, relatado por 40% dos participantes de ambos os grupos. Nos resultados audiométricos, 70% do GA e 30% do GB apresentaram alterações auditivas, o que sugere ser comum esse sintoma na população pesquisada. Por fim, 50% do GA e 15% do GB apresentaram alterações timpanométricas. Assim, foi concluído que queixas e alterações auditivas são comuns em bruxistas, o que sugere tratamento multidisciplinar pelos profissionais da área de saúde, mais especificamente Odontologia e Fonoaudiologia, para que se possam prevenir futuras alterações auditivas mais graves.

Keywords

Hearing, bruxers, speech therapy, dentristy

References



1. Durso BC, Beauclair BS. Bruxismo noturno: aspectos clínicos e tratamento. Rev CROMG. 1998;4(2):7-12.

2. Shinkai RSA, Santos LM, Silva FA, Nobre dos Santos M. Contribuição ao estudo da prevalência de bruxismo excêntrico noturno em crianças de 2 a 11 anos de idade. Rev Odontol Univ São Paulo. 1998;12(1):29-37.

3. Letti N. Timpanometria e bruxismo. Rev Bras Otorrinol. 1976;42:101-4.

4. Molina OF, Santos J, Nelson S, Nowlin T. A clinical study of specific sign and symptoms of TMD in Bruxers classified by the degree of severity. J Craniomandibular Pract. 1999;17:268-79.

5. Nitzan DW, Dolwick MF. An alternative explanation for the genesis of closed-lock symptoms in the internal derangement process. J Oral Maxillofac Surg. 1991;49:810-5.

6. Okeson JP. Bell´s orofacial pains. 5th ed. Chicago: Quintessence; 1995.

7. Ciancaglini R, Loreti P, Radaelli G. Ear, nose, and throat symptoms in patients with TMD: the association of symptoms according to severity of arthropathy. J Orofac Pain. 1994;8:293-7.

8. Brookes GB, Mawar A, Coleman MJ. “Syndrome of Consten”- correlation or coincidence: A review of 45 patients with temporomandibular joint dysfunction, otalgia and other oral symptoms. Clin Otolaringol. 1980;5(1):23-36.

9. Gelb H, Calderone JP, Gross SM, Kantor ME. The role of the dentist and the otolaryngologist in evaluating temporomandibular joint syndromes. J Prosthet Dent. 1967;18:497-503.

10. Rocha PVB. A importância do bruxismo. Odonto POPE. 1997;1(1):37-51.

11. American National Standards Institute. American National Standards Acoustical Terminology (S1.1) New York: Acoustical Society of America; 1969.

12. Felício CM, Faria TG, Silva MAMR, Aquino AMCM, Junqueira CA. Desordem temporomandibular: relações entre sintomas otológicos e orofaciais. Rev Bras Otorrinol. 2004;70:787-95.

13. Okeson JP. Tratamento das desordens temporomandibulares e oclusal. 4ª ed. São Paulo: Artes Médicas; 2000.

14. Andrade LLS, Albuquerque DBL. A ocorrência do zumbido e suas variações em pacientes com disfunção temporomandibular [trabalho de conclusão de curso]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2004.

15. Pascoal MIN, Rapoport A, Chagas JFS, Pascoal MBN, Costa CC, Magna LA. Prevalência dos sintomas otológicos na desordem temperomandibular: estudo de 126 casos. Rev Bras Otorrinol. 2001;67(5):1-14.

16. Czlusniak GR, Zeigelboim BS, Jurkiewic AL, Marques JM, Czlusniak GD. Análise auditiva nas altas freqüências em pacientes adultos portadores de desordem temporomandibular. Rev Soc Bras Fono. 2003;8(2):4-13.

17. Fukuda Y. Zumbido: diagnóstico e tratamento. Rev Bras Otorrinol. 1997;4(2):39-43.

18. Sanchez TG, Ferrari GMS. O que é zumbido? In: Samelli AG. Zumbido: avaliação, diagnóstico e reabilitação. São Paulo: Lovise; 2004.

19. Manfredi APS, Da Silva AA, Vendite LL. Avaliação da sensibilidade do questionário de triagem para dor orofacial e desordens temporomandibulares recomendado pela Academia Americana de Dor Orofacial. Rev Bras Otorrinol. 2001;67(6):1-15.

20. Donegá SHP, Cardoso R, Procópio ASF, Luz JGC. Análise da sintomatologia em pacientes com disfunção intra-articulares da articulação temporomandibular. Rev Odontol Univ São Paulo. 1997;11(1):1-12.

21. Williamson EH. Interrelationship of internal derangements of the temporomandibular joint, headache, vertigo, and tinnitus: a survey of 25 patients. Cranio. 1990;8:301-6.

22. Rubensteim B, Carlson GF. Effects of stomatognathic treatment of tinnitus: a retrospective study. J Craniomandibular Pract. 1987;5:254-9.

23. Marasa FK, Ham BD. Case reports involving the treatment of children with chronic otitis media with effusion via craniomandibular methods. Crânio. 1988;6:256‑70.

24. Bruto LH, Kós AOA, Amado SM, Monteiro CR, Lima MAT. Alterações otológicas nas desordens temporomandibulares. Rev Bras Otorrinol. 2000;66:327-32.

25. Rodrigues ACY, Berretin G, Jorge JC, Genaro KF. Caracterização das alterações miofuncionais orais e auditivas em indivíduos com disfunção craniomandibular. Pró-Fono. 1998;10(1):51-5.

26. Gomez MVSG, Gutierrez JXD, Jurado JP. Sinais e sintomas auditivos nas alterações biomecânicas da articulação têmporo-mandibular. Arq Fund Otorrinol. 2001;5(2):70-6.

27. Dubrul EL. Oral anatomy of Sicher. 7th ed. St. Louis: Mosby; 1980.

28. Malkikin DP. The role of TMJ dysfunction in the etiology of middle ear disease. Int J Orthod. 1987;25(1/2):20-1
5880180a7f8c9d0a098b4a3d rou Articles
Links & Downloads

Rev. odontol. UNESP

Share this page
Page Sections