O presente estudo teve como objetivo verificar a prevalência das alterações sistêmicas nos indivíduos que procuram tratamento para dor na face e estudar as possíveis inter-relações destas com o desencadeamento e manutenção das dores orofaciais e com a prescrição de medicamentos para tratamento da dor. Para isso foram computadas 391 fichas clínicas, as quais relacionavam dados da história médica dos pacientes. A idade média dos pacientes era de 33,69 anos (8-77 anos) e a maioria era do gênero feminino (84,7%). Dentre as comorbidades destacaram-se: dor de cabeça sob tensão (42,5%), enxaqueca (26,8%), tensão muscular (46,3%), anemia (19,2%), infecção urinária (18,7%), pressão alta (14,1%), artrite reumatóide (11,0%), doença renal (10,5%), úlcera/gastrite (10,0%), espasmo muscular freqüente (9,2%), hemorragia (7,7%), tumores (6,9%), neuralgia (5,6%), doença da tireóide (5,6%), hepatite (5,4%), asma (4,1%), diabetes (3,1%) e osteoporose (3,9%). Conclusão: o dentista deveria encaminhar o paciente para uma consulta médica quando existe evidência de que a queixa de dor pode estar primariamente relacionada com uma doença física ou emocional e quando a dor orofacial coexiste ou é agravada por alguma condição sistêmica; conhecer a história médica do paciente é fundamental na prescrição de medicamentos para tratamento da dor orofacial.