Adereços e adorno no corpo é prática milenar; brincos tiveram incremento no uso nas últimas décadas, principalmente entre jovens. Dentre os adornos, “piercing” é muito utilizado, sendo na maioria feito de metal, podendo ser de ouro, prata ou aço inoxidável. Os principais locais de uso na boca são: lábios, língua e comissura labial. Relato de caso: Paciente 16 anos, masculino, branco, procurou auxílio profissional com história de sepultamento de “piercing” na língua. Relatava ter feito instalação manual do adorno. O paciente apresentava-se sadio, sem história de patologia sistêmica; relatava apenas que desenvolveu hábito comum entre jovens com esse acessório, que é tracionar a esfera do dorso da língua por entre os incisivos, essa prática possivelmente levou a inclusão da esfera ventral. Ao exame intrabucal, não era possível a visualização da esfera, a mucosa ventral apresentava-se eritematosa e com edema, à palpação verificou-se a presença da esfera no interior da língua do paciente. Foi removida a jóia sob anestesia local, com incisão linear e pressão na esfera contra lateral. Após uma semana a língua estava reparada. São muitas as complicações relacionadas à colocação de “piercing” oral descritas na literatura. O cirurgião-dentista deve orientar os pacientes quanto aos riscos e estar atento para prevenir complicações mais graves.