27 - Tratamento multidisciplinar do respirador bucal
Coldebella, C.R.; Guimarães, M.S.; Josgrilberg, E.B.; Zuanon, A.C.C.
Rev. odontol. UNESP, vol.34, nEspecial, p.0, 2005
Resumo
A respiração nasal é fundamental para o desenvolvimento do complexo craniofacial, influenciando nas funções de sucção, mastigação e deglutição. A respiração bucal pode provocar alterações miofaciais, posturais, socioemocionais, expressivas, digestivas, fonéticas e de oclusão dentária. Um de seus fatores etiológicos é a obstrução das vias aéreas superiores. Ela provoca desarmonia de forma e funções dentofaciais, alteração da musculatura perioral e supra-hioídea. O fluxo aéreo nasal pode ser obstruído por pólipos, cistos, tumores, rinites, desvio de septo, colapso da asa nasal, hiperplasia de tonsilas palatinas e faríngea. Respiradores bucais podem apresentar palato ogival, hipotonia muscular dos músculos temporais, masseteres, e bucinadores, língua hipotônica, lábios entreabertos, estreitamento da maxila e mordida cruzada. A disfunção conduz a vícios posturais, como queixo levantado e boca aberta, a língua em posição inferiorizada, adaptação da musculatura da face à forma de mastigar, deglutir e respirar. A cavidade bucal é uma área comum de atuação interdisciplinar, onde os profissionais têm a função de proteger o crescimento e desenvolvimento de suas estruturas. Ressalta-se a importância do trabalho interdisciplinar, justificado pela diversidade de sinais e sintomas que o paciente respirador bucal apresenta, algumas vezes não pertencente à área de atuação do cirurgião-dentista.