Prevalência de Cárie em Pacientes com Necessidades Especiais Institucionalizados ou Não-Institucionalizados: Consumo de Carboidratos Simples
Caries prevalence in institutionalized and non-institutionalized disabled patients: consumption of simple carbohydrates
Giro, E.M.A.; Orrico, S.R.P.; Campos, J.A.D.B.; Lorena, S.M.; Cortez, L.M.S.
Rev. odontol. UNESP, vol.33, n2, p.75-79, 2004
Resumo
Sabendo-se que entre os fatores de risco à cárie estão as condições de vida, o consumo de carboidratos simples e sua freqüência de ingestão, elaborou-se um estudo do qual participaram 51 pacientes portadores de deficiência física e/ou mental institucionalizados (Grupo 1) e 49 nãoinstitucionalizados (Grupo 2). Foi realizado um exame clínico para verificação do índice de cárie (ceo-d e/ou CPO-D) e, por meio de uma entrevista dirigida aos responsáveis pelo paciente, levantouse a freqüência de ingestão de carboidratos simples (frutas e doces). Os dados foram analisados estatisticamente pela distribuição de freqüências relativas, os grupos comparados pelo teste de Mann-Whitney e as variáveis correlacionadas pelo teste de Pearson. Os resultados demonstraram haver diferença estatisticamente significante entre os grupos no que se refere ao CPO-D, ao consumo de doces e à freqüência de ingestão entre as refeições, tendo o Grupo 1 apresentado os piores resultados. Não foi encontrada correlação entre o consumo de frutas e a prevalência de cárie (p = 0,938), ao passo que, para o consumo de doces, a correlação foi estatisticamente significante (p = 0,026). Pôde-se concluir que os pacientes institucionalizados apresentaram maior risco de desenvolver a cárie dental (rr = 5,513).
Palavras-chave
Pacientes portadores de deficiência, carboidratos, sacarose, cárie dentária.
Abstract
Living conditions, simple carbohydrates consumption and ingestion frequency are some risk factors for caries disease. Thus, based on this statement, the present study examined 51 institutionalized patients (Group 1) and 49 patients living out of institutions (Group 2) all of them presenting physical and/or mental disabilities. In order to determine the caries index, clinical examination of the mouth was carried out. Also an interview with the parents or the care-takers was conducted to learn about simple carbohydrates (fruits and sweets) consumption. The data obtained by these procedures were statistically analyzed by relative frequency distribution. In addition, the groups were compared by Mann-Whitney tests and Pearson’s correlation was applied to the variables. The results showed statistically significant differences between the groups considering the caries index, sweets consumption and frequency of ingestion between meals. The worst results were observed for group 1. No relationship was noticed between fruit consumption and caries prevalence (p = 0.938), differently from sweets consumption, where a statistically significant relationship was detected (p = 0.026). It may be concluded that institutionalized patients exhibited higher risk for caries disease (rr = 5.513).
Keywords
Disabled persons, carbohydrates, sucrose, dental caries
References
1. Anderson L. Problemas de deficientes físicos–auto-alimentação, mastigação e deglutição. In: Anderson L. Nutrição. 17. ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 1988. p. 385-391.
2. Burt BA, Eklund SA, Morgan KJ, Larkin FE, Guire KE, Brown LO, et al. The effects of sugars intake and frequency of ingestion on dental caries increment in a three-year longitudinal study. J Dent Res. 1988; 67: 1422-9.
3. Duggal MS, Loveren C. Dental considerations for dietary couselling. Int Dent J. 2001; 51: 408-12.
4. Gabre P, Martinsson T, Gahnberg L. Move of adults with intellectual disability from institutions to communitybased living: changes of food arrangements and oral health. Swed Dent J. 2002; 26: 81-8.
5. Hennequin M, Faulks D, Roux D. Accuracy of estimation of dental treatment need in special care patients. J Dent. 2000; 28: 131-6.
6. Krasse MV. Oral effect of other carbohydrates. Int Dent J. 1987; 31: 24-32.
7. Leite TA, Paula MS, Ribeiro RA, Leite ICG. Cárie dental e consumo de açúcar em crianças assistidas por creche pública. Rev Odontol Univ São Paulo. 1999; 13: 13-8.
8. Loveren C, Duggal MS. The role of diet in caries prevention. Int Dent J. 2001; 51: 399-406.
9. Mahan LK, Escott-Stump S. Alimentos, nutrição e dietoterapia. In: Mahan LK, Escott-Stump S. 10ª ed. São Paulo: Roca; 2002. p. 597-608.
10. Marques APF, Messer LB. Nutrient intake and dental caries in the primary dentition. Pediatr Dent. 1992; 14: 314-21.
11. Mobley CC. Nutrition and dental caries. Dent Clin North Am. 2003; 47: 319-36.
12. Palin-Palokas T, Hausen H, Heinonen OP. Relative importance of caries risk factors in Finnish mentally retarded children. Community Dent Oral Epidemiol. 1987; 15 (1/3): 19-23.
13. Rocha CM, Abreu CAAD, Araújo DR, Isaac SZ, Pordeus IA, Paixão HH. Relação dieta/cárie na odontopediatria: uma análise do consumo de sacarose. Arq Odontol. 1998; 34: 25-31.
14. Rodrigues dos Santos MT, Masiero D, Novo NF, Simionato MR. Oral conditions in children with cerebral palsy. J Dent Child. 2003; 70: 40-6.
15. Shyama M, Al-Mutawa SA, Morris RE, Sugathan T, Hontala E. Dental caries experience of disabled children and young adults in Kuwait. Community Dent. 2001; 18: 121-6.
16. Sreebny LM. The sugar – caries axis. Caries Res. 1982; 32: 1-12.
17. Thylstrup A, Fejerskov O. Cariologia clínica. 2ª ed. São Paulo: Ed. Santos; 2001. 421p.
18. Trier E, Thomas AG. Feeding the disabled child. Nutrition. 1998; 14: 801-5.
Facebook
Google+
Twitter
LinkedIn
Mendeley
StumbleUpon
CiteULike
Reddit
Email