Introdução: Os incisivos centrais inferiores são os primeiros elementos constituintes da dentição decídua a passarem pelo processo de erupção na cavidade bucal por volta dos seis meses de vida. Todavia, a literatura relata casos de crianças que ao nascerem, ou algumas semanas após o nascimento, apresentam dentes erupcionados em cavidade oral, são os dentes natais e neonatais, respectivamente. Os dentes natais são mais encontrados que os neonatais em uma proporção de 3:1 e ambos podem ser elementos dentários da própria dentição decídua, o que ocorre com maior frequência, ou então supranumerários. Objetivo: O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um recémnascido, sete dias, nascido por cesárea na Santa Casa de Cambé e encaminhado para o Hospital Universitário Regional Norte de Londrina devido ao quadro de hipoatividade, hipoglicemia persistente e piora da icterícia, em que se investigou malformações e formações císticas em dentes. Além disso, a mãe relatou dificuldade na pega durante a amamentação. Conduta Clínica: A conduta da equipe médica foi acionar a Odontologia Hospitalar para avaliação do caso, constatando dentes natais (elementos 71 e 81) com mobilidade severa e risco de broncoaspiração ou de deglutição. Após o consentimento da equipe médica e dos responsáveis pela criança, a exodontia dos dentes foi realizada com anestesia lidocaína spray 10%, sindesmotomia, irrigação e controle hemostático, retornando em 24 horas para a avaliação do pós-operatório. Resultados: A cicatrização do local da cirurgia ocorreu sem demais complicações e a criança recebeu alta após o término da antibioticoterapia. Ademais, o paciente foi encaminhado via unidade básica de saúde para puericultura e para acompanhamento com fonoaudióloga. Conclusão: Embasado no relato, percebe-se a importância do diagnóstico precoce através da interação do cirurgião-dentista com a equipe multiprofissional, a fim de prevenir a aspiração ou a deglutição dos dentes, a dificuldade de amamentar e problemas nutricionais subsequentes.