Revista de Odontologia da UNESP
https://revodontolunesp.com.br/article/588018ac7f8c9d0a098b4d70
Revista de Odontologia da UNESP
Original Article

Family context, dental trauma and malocclusion in preschool children: occurrence and associated factors

Contexto familiar, traumatismo dentário e oclusopatias em crianças em idade pré-escolar: ocorrência e fatores associados

Oliveira, Mônica Sueli Barbosa de; Carneiro, Milena Couto; Amorim, Thaís Marques; Maia, Vanessa Nobre; Alvarez, Adriana Viveiros; Vianna, Maria Isabel Pereira; Almeida, Tatiana Frederico de

Downloads: 1
Views: 1017

Abstract

Objective: The objective of this study was to evaluate the occurrence of dental injuries and malocclusions in preschool children in the town of Salvador-BA, Brazil, and to identify potentials factors related to these alterations, considering the socio-economic factors, behaviors and maternal psychosocial disorders. Material and Method: This cross-sectional study was conducted with 472 preschool children between 24 and 60 months of age, residents in five different areas covered by Program of Family´s Health, in the period of July to October, 2008. Descriptive and exploratory analysis were carried out. Result: The prevalence of dental injury was 16.3%.  The children with less then 42 months of age presented bigger occurrence of dental injury (18.5%).  It was observed that 50.4% of the preschool children had normal occlusion; 17.8% had mild malocclusion, 31.8% had moderated/severe malocclusion, and among these laters 26.3% presented anterior open bite.  Only the prolonged maternal time of breast-feeding (8 months or more) presented association (p < 0,05) with dental injury.  Between the factors associated with the presence of malocclusion in preschool children, can be pointed out: short time of maternal breast-feeding, dental visits and harmful habits of suction (p < 0.05).  Conclusion: The oral health of preschool children is one of the priorities of the primary attention, and should be viewed with responsibility by all health professionals, throughout the implementation of preventive and educational actions, to  prevent or treat early the oral diseases, and the family has an important role in this process.

Keywords

Family, dental injuries, malocclusion, oral epidemiology, preschool children.

Resumo

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de traumatismos dentários e oclusopatias em crianças pré-escolares no município de Salvador-BA, além de identificar potenciais fatores relacionados com estas alterações, considerando variáveis socioeconômicas, comportamentais e alterações psicossociais maternas. Material e método: Neste estudo de corte transversal foram examinados 472 pré-escolares de 24 a 60 meses, inseridas no Programa de Saúde da Família de cinco diferentes áreas do município de Salvador-BA no período de julho a outubro de 2008. Análises descritivas e exploratórias foram realizadas. Resultado: A prevalência de traumatismo dentário foi de 16,3%. As crianças com menos de 42 meses apresentaram maior ocorrência de traumatismo dentário (18,5%). Observou-se que 50,4% das crianças possuíam oclusão normal; 17,8% má-oclusão leve, e 31,8% moderada/severa, e destas 26,3% apresentavam mordida aberta anterior. Apenas o tempo prolongado de aleitamento materno (8 meses ou mais) apresentou associação estatisticamente significante (p < 0,05) com a presença de traumatismo dentário. Entre os fatores associados com a presença de oclusopatias em pré-escolares, destacaram-se: tempo de aleitamento materno menor que 8 meses, visita ao dentista e hábitos deletérios de sucção (p < 0,05).  Conclusão: A saúde bucal da criança é uma das prioridades da atenção básica, e deve ser abordada com responsabilidade por toda a equipe de saúde, mediante a implantação de medidas educativas e preventivas, com intuito de se prevenir ou tratar precocemente as doenças bucais, tendo a família um papel fundamental nesse processo.

Palavras-chave

Família, traumatismo dentário, oclusopatia, epidemiologia em saúde bucal, pré-escolares.

References



1. Granville-Garcia AF, Menezes VA, Lira PIC. Prevalência e fatores sociodemográficos associados ao traumatismo dentário em pré‑escolares. Odontol Clín Científ. 2003; 5: 57-64.

2. Vasconcellos RJH, Oliveira DM, Nogueira RVB, Maciel AP, Cordeiro MC. Trauma na dentição decídua: enfoque atual. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac. 2003; 3(2): 17-24.

3. Carneiro CCG, Vasconcelos MMVB, Couto GBL, Barbosa LLA. Orientações oferecidas por pediatras e odontopediatras acerca da prevenção do traumatismo dentário na infância. Odontol Clín Científ. 2007; 6: 243-8.

4. Chagas MS. Freqüência da hipoplasia do esmalte nos dentes permanentes anteriores decorrente de traumatismo nos antecessores [Monografia de Especialização]. Rio de Janeiro: Faculdade de Odontologia da UERJ, Janeiro; 2007.

5. Menez CMM, Moraes ABA, Bertoz AP, Bertoz FA, Ambrosano GB. Prevalência de más oclusões na primeira infância e sua relação com as formas de aleitamento e hábitos infantis. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2008; 13: 70-83.

6. Sousa FRN, Taveira GS, Almeida RVD, Padilha WWN. O aleitamento materno e sua relação com hábitos deletérios e maloclusão dentária. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2004; 4: 211-6.

7. Peres KG, Barros AJD, Peres MA, Victora CG. Effects of breastfeeding and sucking habits on malocclusion in a birth cohort study. Rev Saúde Pública. 2007; 41: 343-50.

8. Tomita NE, Bijella VT, Franco LJ. Relação entre hábitos bucais e má oclusão em pré-escolares. Rev Saúde Pública. 2000; 34: 299-303.

9. Tomita NE, Sheiham A, Bijella VT, Franco LJ. Relação entre determinantes socioeconômicos e hábitos bucais de risco para más-oclusões em pré-escolares. Pesqui Odontol Bras. 2000; 14: 169-75.

10. Almeida RR, Almeida-Pedrin RR, Almeida MR, Garib DG, Almeida PCMR, Pinzan A. Etiologia das más oclusões - causas hereditárias e congênitas adquiridas gerais, locais e proximais (hábitos bucais). Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2000; 5: 107-29.

11. Carvalhaes MABL, Benicio MHDA. Mother’s ability of childcare and children malnutrition. Rev Saúde Pública. 2002; 36: 188-97.

12. Ramchandani P, Mcconachie H. Mothers, fathers and their children’s health. Child Care Health Dev. 2005; 31: 5-6.

13. Cabral MBBS. Situação de saúde bucal em um grupo de crianças menores de 30 meses que freqüentam creches públicas, privadas e filantrópicas em Salvador - BA [tese doutorado]. Bahia: Instituto de Saúde Coletiva da UFBA; 2005.

14. Harris R, Nicoll AD, Adair PM, Pine CM. Risk factors for dental caries in young children: a systematic review of the literature. Community Dental Health.2004; 21: 71-85.

15. Pine CM. International comparisons of health inequalities in children dental caries. Community Dent Health. 2004; 24: 121-30.

16. Peres MA. Determinantes sociais e biológicos da cárie dentária em crianças de 6 anos de idade: um estudo transversal aninhado numa coorte de nascidos vivos no Sul do Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2003; 6: 293-306.

17. Santos APP, Sovieiro VM. Caries prevalence and risk factors among children aged 0 to 36 months. Pesqui Odontol Bras. 2002; 16: 203-8.

18. Dini EL, Holt RD, Bedi R. Caries and its association with infant feeding and oral health-related behaviours in 3-4-year-old Brazilian Children. Community Dent Oral Epidemiol. 2000; 28: 241-8.

19. Peres KG, Bastos JRM, Latorre MRDO. Severidade da cárie em crianças e relação com aspectos sociais e comportamentais. Rev Saúde Pública. 2000; 34: 402-8.

20. Saito SK, Deccico HU, Santos MN. The effect of infant feeding practices and associated factors on dental caries in preschool children, ages from 18 up to 48 months. Rev Odontol Uni São Paulo. 1999; 3: 5-11.

21. Souza MA, Vianna MIP, Cangussu MCT. Disfunção familiar referida pela presença de depressão materna e/ou alcoolismo na família e ocorrência de cárie dentária em crianças de dois e três anos de idade. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2006; 6: 309-17.

22. Organização Mundial de Saúde (OMS). Levantamento epidemiológico básico de saúde bucal. Manual de instruções. 4a ed. São Paulo: Livraria Editora Santos; 1999.

23. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil 2003. Condições de saúde bucal da população brasileira 2002-2003. Resultados preliminares. Brasília: Editora do Ministério da Saúde; 2004.

24. The Whoqol Group. Development of the World Health Organization Whoqol-bref. Quality of life assessment. Psychol Med.1998; 28: 551‑8.

25. World Health Organization (WHO). A user´s guide to self report questionnaire (SRQ). Geneva: Division of Mental Health; 1994.

26. Ewing JA, Rouse BA. Identifying the hidden alcoholic. In: Program and abstracts of the 29th Internacional Congress on Alcohol and Drug Dependence. Sidney; 1970. p. 2-3.

27. Dean AG, Dean JA, Colombier D. Epi Info: a word processing, database and statistic program for epidemiology on microcomputers. Atlanta: Center for Disease Control and Prevention (CDC); 1994.

28. Stata Corporation. Stata Reference Manual Release 7. Texas: Stata Corporation; 1997.

29. Granville-Garcia AF, Lima EM, Santos PG, Menezes VA. Avaliação do conhecimento dos professores de educação física de Caruaru-PE sobre avulsão-reimplante. Pesq Bras Odontop Clin Integr. 2007; 7: 15-20.

30. Sousa DL, Moreira Neto JJS, Godim JO, Bezerra Filho JG. Prevalência de trauma dental em crianças atendidas na Universidade Federal do Ceará. Rev Odonto Ciênc. 2008; 23: 355-9.

31. Cavalcante AL, Freire MC. Traumatismos na dentição decídua: Seqüelas imediatas e tardias nos dentes traumatizados. Rev Fac Odontol UFBA 2000; 20: 55-8.

32. Antunes JLF, Peres MA, Mello TRC. Determinantes individuais e contextuais da necessidade de tratamento odontológico na dentição decídua no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva. 2006; 11(1): 79-87.

33. Pinto VG. Saúde Bucal Coletiva. 4a ed. São Paulo: Ed. Santos; 2000.

34. Peres MA. Oclusopatias na dentição decídua: acúmulo de ricos do nascimento à primeira infância [tese doutorado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2002.

35. Aarts C, Hõrnell A, Kylberg E, Hofvanser Y, Gebre-Medhin M. Breastfeeding patterns in relation to thumb sucking pacifier use [cited 2009 Ago 1]. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10506275

36. Corrêa MSNP. Odontopediatra na primeira infância. São Paulo: Livraria Santos; 1998.

37. Rossi TRA, Lopes LS, Cangussu MCT. Contexto familiar e alterações oclusais em pré-escolares no município de Salvador, Bahia, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2009; 9: 139-47.

38. Moimaiz SAS, Zina LG, Saliba NA, Saliba O. Association between breast-feeding practices and sucking habits: a cross-sectional study of children in their first year of life [cited 2009 Ago 1]. Available from: http://medind.nic.in/jao/t08/i3/jaot08i3p102.pdf

39. Góis EGO, Ribeiro Júnior HC, Vale MPP, Paiva SM, Serra-Negra JMC, Jorge MLR, et al. Influence of nonnutritive sucking habits, breathing pattern and adenoid size on the development of malocclusion. Angle Orthod. 2008; 78: 647-54.

40. Zardetto CGC, Rodrigues CRMD, Stefani FM. Effects of different pacifiers on the primary dentition and oral myofunctional structures of preschool children. Pediatr Dent. 2002; 24: 552-60.

41. Katz CRT, Rosenblatt A, Gondim PPC. Nonnutritive sucking habits in brazilian children: effects on deciduous dentition and relationship with facial morphology. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004; 126: 53-7.

42. Frazão P, Narvai PC, Latorre MRDO, Castellanos RA. Are several occlusal problems more frequent in permanent than deciduous dentition? Rev Saúde Pública. 2004; 38: 247-54.

43. Souza DFRK, Valle MAS, Pacheco MCT. Relação clínica entre hábitos de sucção, má oclusão, aleitamento e grau de informação prévia das mães. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2006; 11: 81-90.
588018ac7f8c9d0a098b4d70 rou Articles
Links & Downloads

Rev. odontol. UNESP

Share this page
Page Sections