Revista de Odontologia da UNESP
https://revodontolunesp.com.br/article/588018447f8c9d0a098b4b46
Revista de Odontologia da UNESP
Original Article

Riscos à saúde no trabalho dos técnicos de laboratório de prótese dentária

Occupational health risks for dental laboratory technicians

Ellero, S.M.; Lepera, J.S.

Downloads: 13
Views: 2003

Resumo

Este trabalho teve por objetivo a realização de um levantamento de riscos entre os profissionais de laboratório de prótese dentária, bem como de seus conhecimentos e práticas relacionadas à saúde no trabalho. Participaram 39 profissionais de Araraquara - SP, sendo 28 técnicos em prótese dentária e 11 auxiliares. Foi realizado levantamento observacional de 17 ambientes de trabalho, complementado por informações coletadas utilizando um questionário misto, para caracterização dos profissionais e do trabalho que executam, verificação dos riscos que identificam nos laboratórios de prótese dentária, bem como as suas condutas em saúde no trabalho. Os resultados mostraram deficiências em conhecimentos e práticas de biossegurança, visíveis na irregularidade da desinfecção de instrumentos de trabalho e peças protéticas, e mesmo pela cobertura vacinal dos trabalhadores. São utilizados agentes químicos de toxicidade importante, como metais, amianto e monômeros acrílicos, e as condições de proteção individual e coletiva são ausentes ou inadequadas. Há também sobrecarga de trabalho, indicada pela existência de jornadas extensas e pela inadequação de postos de trabalho. Considerando os riscos observados e a conduta dos profissionais diante deles, pode-se concluir que há necessidade de inclusão de temas de saúde no trabalho na formação dos futuros profissionais, bem como a difusão de conhecimentos entre os que já estão em atividade.

Palavras-chave

Saúde do trabalhador, técnicos em prótese dentária, riscos ocupacionais

Abstract

The aim of this study was to carry out a survey on risks, knowledge and practices related to occupational health, among professionals of dental laboratories from Araraquara - SP. An observational survey was conducted on 17 dental prothesis laboratories, complemented by information collected by a questionnaire, answered by 39 workers. Collected data intended to characterize the professionals and the work that they execute and to verify the risks that they identify in the dental prothesis laboratories, as well as their practices and procedures in occupational health. Results had shown deficiencies of knowledge and practices in biological security, visible through the irregularity in desinfection and in worker’s vaccination. Chemicals of high toxicity are used, as heavy metals, amianthus and acrylic monomers. However individual and collective respiratory protection is absent or inadequate. Work overload was found, as indicated by extended workshifts and by the working conditions. Therefore, considering observed risks and the behavior of dental technicians, seems to be important the inclusion of occupational health practices among the requirements in training new professionals, and the diffusion of knowledge between the active professionals already.

Keywords

Occupational health, dental technicians, occupational risks

References



1. Conselho Federal de Odontologia. Estatísticas [citado 2007 Maio 18]. Disponível em: http://www.cfo.org.br/ estatistica/default.cfm

2. Coelho AJM. Endocrine disruptors and dental materials: health implications associated with their use in Brazil. Cad Saúde Pública. 2002;18:505-9.

3. São Paulo. Secretaria da Saúde. Resolução SS 16, de 18 de janeiro de 1999 [citado 2005 Fev 18]. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/html/fr_legi.htm

4. Garn RJ, Sellen PN. Health and safety in the laboratory. Dental Tech. 1992;45:10-3.

5. Merchant VA, Molinari JA. Infection control in prosthodontics: a choice no longer. Gen Dent. 1989;37:29-32.

6. Schwartz R, Kinyon T, Mayhew R. Infection control in the dental laboratory: a review of the literature. Mil Med. 1991;156:1-4.

7. Bates DV. Standard-setting as an integrative exercise: alchemy, juggling, or science? In: Mohr U, editor. Inhalation toxicology. New York: Springer Verlag; 1988. p. 1-10.

8. Brain JD. Species differences in inhalation toxicology: variations in exposure-dose relationships and macrophage function. In: Mohr U, editor. Inhalation toxicology. New York: Springer Verlag; 1988. p. 11-24.

9. Pauluhn J. Issues of dosimetry in inhalation toxicity. Toxicol Lett. 2003;141:229-38.

10. Vasconcelos FD. Uma visão crítica do uso de padrões de exposição na vigilância da saúde no trabalho. Cad. Saúde Pública. 1995;11:588-99.

11. Redlich CA, Karol MH. Diisocyanate asthma: clinical aspects and immunopathogenesys. Rev Int Immunopharm. 2002;2:213-24.

12. ACGIH. (American Conference of Governmental Industrial Hygienists). Documentation of threshold limit values and biological exposure indices. 7th ed. Cincinnati: ACGIH; 2001. Pt. A-Z.

13. D’Acri V. Trabalho e saúde na indústria têxtil do amianto. São Paulo Persp. 2003;17:13-22.

14. Brasil. Instituto Nacional de Seguridade Social. Norma Técnica sobre Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Ordem de Serviço/INSS nº 606/1998, de 5 de agosto de 1988. Diário Oficial da União 1988; 158: Ago 2.

15. Clayton, GD, Clayton FE. Patty’s industrial hygiene and toxicology. 4th ed. New York: John Willey and Sons;

1991. v. 1, pt. A e pt. B.

16. Cottone JA, Terezhalmy, GT, Molinari JA. Practical infection control in dentistry. 2nd ed. Malvern: Lea & Febiger; 1991.

17. Gillcrist JA. Vírus de hepatites A, B, C, D, E e G: Implicações para o profissional odontológico. J Am Dental Assoc. 1999;2:65-78.

18. Maeda K, Horigushi S, Horokawa M. History of studies on occupational cervicobrachial disorder in Japan and remaining problems. J Human Erg. 1982;1:17-29.

19. Rollo JMDA. Potencialidade do elemento tóxico berílio usado em próteses dentárias. Rev Odontol Univ São Paulo. 1997;11:169-72.

20. Burgaz S, Demircigil GC, Yilmazer M, Ertas N, Kemaloglu Y, Burgaz Y. Assessment of citogenetic damage in lymphocytes and in exfoliated nasal cells from dental laboratory technicians exposed to chromium, cobalt, and nickel. Mutation Res. 2002;521:47-56.

21. Bernstein M, Pairon JC, Morabia A, Gaudichet A, Janson X, Brochard P. Non fibrous dust load and smoking in dental technicians: a study using bronchoalveolar lavage. Occup Environ Med. 1994;51:23-7.

22. Hoz RE, Rosenman K, Borckzuc A. Silicosis in dental supply factory workers. Resp Med 2004;98:791-4.

23. Iannello S, Camuto M, Cantarella S, Cavaleri A, Ferriero P, Leanza A, et al. Rheumathoid syndrome associated with lung interstitial disorder in a dental technician exposed to ceramic silica dust. A case report and critical literature review. Clin Rheumatol. 2002;21:76-81.

24. Radi S, Dalphin JC, Manzoni P, Pernet D, Leboube MP, Viel JF. Respiratory morbidity in a population of french dental technicians. Occup Environ Med. 2002;59:398-404.

25. Piirila P, Hodgson U, Estlander T, Keskinen H, Saalo A, Voutilainen R, et al. Occupational respiratory hypersensitivity in dental personnel. Int Arch Occup Environ Health. 2002;75:209-16.

26. Rubel DM, Watchorn RB. Alergic contact dermatitis in dentistry. Australas J Dermatol. 2000;41:63-71.
588018447f8c9d0a098b4b46 rou Articles
Links & Downloads

Rev. odontol. UNESP

Share this page
Page Sections